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Por terra e por mar, os embarcadores que comercializam entre o Brasil e a Argentina estão aproveitando as oportunidades enquanto navegam pelas complexidades do comércio global nesses países.
Com um litoral de cerca de 8.500 quilômetros navegáveis, os portos do Brasil movimentam cerca de 700 milhões de toneladas por ano e são responsáveis por mais de 90% do total das exportações do país. Muitos desses produtos são enviados para a Argentina, que é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil.
Usando portos de grande porte como Porto de Santos (no Brasil) e Buenos Aires (Argentina), os embarcadores movimentam todo tipo de mercadoria, de commodities agrícolas a automóveis e álcool entre os dois países. Situado perto de Buenos Aires, o Porto de Zárate é uma opção acessível que atrai mais embarcadores.
“Os custos do porto na Argentina podem ser altos, então as empresas estão se mudando para Zárate para economizar dinheiro”, diz Thessa Tozzi, Diretora de Vendas e Marketing da DB Schenker – Brasil. O transporte terrestre também é uma opção popular para os embarcadores, embora a decisão entre usar transporte rodoviário versus transporte marítimo geralmente dependa de taxa atual, dos cronogramas de entrega e da capacidade de transporte dos modais.
“Há momentos em que é muito mais rápido, mas também um pouco mais caro, usar transporte rodoviário versus transporte marítimo”, explica Thessa. “Então, durante outros períodos, os embarcadores podem passar a usar o transporte marítimo para reduzir custos e ganhar eficiência. Ajudamos nossos clientes a determinar e aproveitar o melhor modo de transporte possível.
Os maiores portos
Localizado na cidade de Santos-SP, o Porto de Santos é o maior porto do Brasil e um dos mais movimentados da América Latina, atendendo atualmente 26 estados brasileiros. O porto é importante para a economia do estado de São Paulo, onde cerca de 90% da base industrial da cidade está localizada em um raio de 200 quilômetros do porto. O porto também é responsável por 28% do comércio exterior brasileiro. Entre os produtos mais comercializados do porto estão açúcar, soja, carga conteinerizada, café, milho, trigo, sal, polpa cítrica, suco de laranja, papel, automóveis e álcool.
O Porto de Itaqui está localizado perto de São Luis e movimenta um volume anual de carga de 146 milhões de toneladas, com commodities de importação e exportação incluindo cobre, lingotes de alumínio e barras, soja, ferro-gusa, carga seca e líquida e carga geral. Outros grandes portos brasileiros incluem Tubarão e Santos.
Na Argentina, as instalações de contêineres do Porto de Buenos Aires são consideradas as 4 melhores na América do Sul e no Caribe, tanto em tamanho quanto em movimentação anual de carga. O vizinho Porto de Zárate inclui um terminal especialmente projetado e dedicado ao manuseio de veículos. A instalação de contêiner do porto e o terminal de carga geral fornecem um serviço ágil e eficiente para o manuseio de contêineres.
Os importadores e exportadores que trabalham nos dois países devem abordar várias questões regulatórias para garantir um processo de transporte tranquilo. Com sua excelente reputação de trabalhar com sucesso em ambos os países e em suas numerosas localidades físicas no Brasil e na Argentina, a DB Schenker está bem posicionada para ajudar os transportadores a agilizarem os processos de transporte e logística.
A DB Schenker também mantém operações nos principais aeroportos (GRU, VCP e EZE), bem como nos portos (SSZ, BUE). Também de interesse para os importadores e exportadores está o recém-inaugurado terminal de destino Tecplata, em Buenos Aires.
Rodovias e atalhos
Como a Argentina tem quase 4.000 km de comprimento e mais de 1.000 km de largura, o transporte de longa distância é de grande importância para o país. Várias vias expressas se espalharam a partir de Buenos Aires, atendendo a quase metade da população do país.
As vias expressas da Argentina foram duplicadas recentemente e agora ligam a maioria das cidades importantes (embora não todas). A Rodovia Nacional Panamericana 9 Buenos Aires – Rosário – Córdoba é de grande importância, enquanto as mais longas estradas contínuas são a Rota Nacional 40, um trecho de 5000 km ao longo da cordilheira dos Andes e o caminho de 3.000 km da Rota Nacional 3, indo de Buenos Aires para Ushuaia.
No Brasil, os veículos podem percorrer 1.751.868 quilômetros de estradas, sendo 96.353 km pavimentados e 1.655.515 km não pavimentados (apenas 5,5% das estradas são pavimentadas). A rodovia mais importante do país é a BR-116, seguida pela BR-101. Em maio do ano passado, uma greve nacional de caminhoneiros envolvendo caminhoneiros autônomos afetou o transporte rodoviário e levou à escassez de alimentos, medicamentos e petróleo em todo o Brasil.
Oportunidade de mercado significativa
O Brasil é o maior mercado de exportação e importação da Argentina, enquanto a Argentina é o quarto maior mercado de exportação e importação do Brasil. O comércio total entre os dois países chegou a US $ 22,5 bilhões em 2016. As exportações argentinas para o Brasil somaram US $ 9,1 bilhões, enquanto as exportações brasileiras para a Argentina totalizaram US $ 13,4 bilhões. Nos últimos anos, o comércio entre os dois países diminuiu, à medida que os preços das commodities caíram e o Brasil experimentou um crescimento econômico mais lento.
As principais exportações brasileiras são soja, minério de ferro, petróleo bruto, açúcar bruto e carros – a maioria dos quais é enviada para a China, os EUA, a Argentina, a Holanda e a Alemanha. Suas principais importações são petróleo refinado, partes de veículos, medicamentos embalados, circuitos integrados e automóveis.
As principais exportações da Argentina incluem farelo de soja, milho, óleo de soja, caminhões de entrega e soja, enquanto suas principais importações são automóveis, autopeças, telefones, gás de petróleo e petróleo refinado.
Como especialista em logística global, a DB Schenker transporta boa parte das mercadorias comercializadas entre a Argentina e o Brasil, com ênfase especial nos componentes automotivos, peças e veículos.
“Estes são mercados muito importantes para nossos clientes, principalmente em termos da indústria automotiva”, diz Thessa, “que é muito forte entre esses países”. Em um nível muito alto, por exemplo, a Argentina exporta veículos para o Brasil enquanto que o mesmo fornece peças e partes de veículos para a Argentina.
As complexidades do comércio global
As empresas que transportam mercadorias entre o Brasil e a Argentina enfrentam alguns desafios interessantes, entre os quais as flutuações cambiais, os regulamentos comerciais, a tributação e os climas políticos nos respectivos países.
“No momento, a moeda da Argentina está flutuando e isso está afetando o mercado local e as importações vindas do país”, diz Thessa. “A situação está em fluxo, e particularmente quando se trata dos impostos sobre o transporte marítimo entre a Argentina e o Brasil”.
No início deste ano, por exemplo, os líderes do Brasil e da Argentina discutiram a possibilidade de facilitar as regras comerciais do Mercosul e permitir que os membros do bloco negociassem acordos individuais com outros países. De acordo com as regras do Mercosul, os membros, que incluem Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, estão proibidos de negociar acordos de livre comércio individualmente.
No Brasil, um presidente recém-eleito possui uma forte orientação de mercado, enquanto a Argentina realizará sua eleição presidencial em Outubro. Ambos os países buscam atualizar o atual acordo comercial do Mercosul para alavancar este acordo em toda a sua extensão. “Se as regras forem revistas, o comércio entre os países ficará mais fácil”, diz Thessa.
Houve também algumas mudanças recentes nas regras de documentação de importação da Argentina – uma mudança que a DB Schenker está ajudando os clientes cumprir. “Muitos embarcadores nos procuram para ajudar a entender quais são os requisitos, quais são as demandas, quanto tempo o processo leva, quem é responsável por quê”, explica Thessa, “e qual documentação é necessária”.
As mudanças envolvem as licenças dos importadores e substituirão um conjunto de regras mais rigorosas atualmente em vigor. “Eles estão tentando amenizar um pouco as regras, mas ainda há burocracia e papelada para trabalharmos”, diz Thessa, “tanto para exportadores da Argentina quanto para importadores do Brasil (para a Argentina)”.