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O Brasil passou por altos e baixos nos últimos anos. E, agora que a situação está se normalizando, o que estará à frente do seu porto mais movimentado?
O Brasil é enorme. O quinto maior país do mundo em território pode ser considerado maior que os Estados Unidos (os EUA estão entre os 4 maiores territórios mundiais graças ao Alaska). É também o sexto país mais populoso do mundo, com 208 milhões de pessoas. E é um bom parceiro comercial – o United States Trade Representative’s officeinformou um superávit comercial de bens e serviços de US $ 22,3 bilhões com o Brasil em 2016; o volume combinado de comércio (importações e exportações) entre os dois países foi de US $ 88,2 bilhões. O Brasil também teve seu próprio superávit comercial de US $ 51 bilhões em 2016, exportando US $ 191 bilhões contra US $ 140 bilhões em importações. Por causa dos preços mais altos das commodities e à inflação mais baixa, a 9ª maior economia do mundo (com um PIB de US $ 1,8 T) espera-se um crescimento de 2,3% em 2018.
Conheça o Porto de Santos, o maior e mais movimentado porto de contêineres do Brasil, e o 4º mais movimentado nas Américas do Norte e do Sul juntos. É um participante importante no comércio em ascensão entre Brasil com os EUA, a China e a União Européia. Localizado a cerca de 80 km da cidade mais populosa do país, São Paulo, o porto movimentou 3,85 milhões de TEU (unidades equivalentes a 20 pés) em 2017. Enquanto o Brasil continua a ser o maior exportador de café do mundo, hoje os automóveis, máquinas, suco de laranja e soja estão entre as principais exportações do porto. Assim, além de carga conteinerizada, o Porto de Santos possui uma grande variedade de terminais de movimentação de carga a granel, tanto sólidos quanto líquidos.
No entanto, o Brasil está agora emergindo de uma grande recessão. E, o Porto de Santos também teve sua parcela de desafios. Então, o que vem pela frente para o porto número #1 do Brasil? Conheçam os principais desafios nos tópicos a seguir.
Problemas com acesso ao local e distribuição em geral
O Porto de Santos enfrenta dois grandes desafios: acesso e distribuição dentro do porto. Devido ao seu volume operacional, o porto é forçado a lidar com uma quantidade considerável de congestionamento nas estradas e ferrovias. Os “gargalos de fluxo” podem ser categorizados em quatro áreas diferentes: problemas de fluxo, restrições ferroviárias, a má utilização da capacidade dos terminais marítimos e o congestionamento de acesso. Várias soluções estão sendo consideradas. Elas incluem canais de aprofundamento, aplicando tecnologias inteligentes de sistemas de transporte e melhores instalações de armazenamento de caminhões. Impulsionados pelo crescimento da cidade de Santos, esses planos de expansão estão programados para serem implementados até 2024. Segundo a Codesp, esses projetos de melhorias permitirão ao porto movimentar três vezes mais carga – dos atuais 97,2 milhões de toneladas para 230 milhões de toneladas. A carga geral deverá responder por 53% desse volume, o granel sólido por 30% e o granel líquido por 17%.
A Greve dos caminhoneiros gera grande atraso
O porto também está se recuperando lentamente de uma greve de caminhoneiros em todo o país. Os caminhoneiros protestavam, entre outras coisas, sobre os frequentes reajustes no preço do combustível e valores de fretes incoerentes. A devastadora greve de 10 dias terminou quando o presidente Michel Temer atendeu a maioria das demandas do sindicato dos caminhoneiros brasileiros. O governo aceitou uma tarifa mínima nacional de frete rodoviário sem a aprovação do Congresso Nacional. Em termos de fluxo e oferta de carga, a situação está quase normalizada. No entanto, em termos econômicos, muitos setores continuam a ser afetados.
DP World Santos
Durante a Intermodal 2018, o Ministro dos Transportes do Brasil, Mauricio Quintella, enfatizou que bilhões de dólares em privatizações de portos, ferrovias e aeroportos estão em discussão.
Investimentos significativos já estão em andamento. Por exemplo, o Porto de Santos estará recebendo um aporte financeiro da DP World, sediada em Dubai, que em dezembro concluiu a aquisição de uma participação adicional de 66,67% na Empresa Brasileira de Terminais Portuários no Brasil, da Odebrecht. Transporte (OTP). Esta transação aumenta a participação da DP World para 100% e o terminal será renomeado para a DP World Santos. A DP World Santos será o maior terminal portuário multimodal privado brasileiro e opera no Porto de Santos. O terminal tem acesso estratégico ao mar, rodovia e ferrovia, e 90% da carga é destinada à cidade mais populosa do Brasil, São Paulo. A DP World tornou-se um importante player no setor de infraestrutura da América do Sul, com uma rede de terminais de contêineres no Peru, República Dominicana, Argentina, Equador e Suriname.[1]
A próxima jornada
Assim, a ressaca da recente recessão, os gargalos na infraestrutura local e as disputas trabalhistas – passadas e presentes – continuam a desafiar o Porto de Santos por um lado. Do outro lado, observamos: a recuperação da economia brasileira, o aumento do comércio com a China, a Europa e os Estados Unidos, além do aumento do investimento no porto graças à privatização. Esses fatores positivos de longo prazo devem garantir que o Porto de Santos continue a crescer, desempenhando um papel vital no futuro econômico do Brasil.
[1]http://web.dpworld.com/our-business/marine-terminals/australia-americas/brazil-santos/
[2](https://www.thenational.ae/business/dp-world-snaps-up-remainder-of-brazil-s-embraport-1.681208)