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Durante um ano em que as vendas do e-commerce dispararam, a pandemia mundial afetou as cadeias de suprimentos ao redor do mundo e a capacidade de transporte contratada na maioria dos modais, ao mesmo tempo as empresas trabalhavam para realinhar suas estratégias de logística, diante deste “novo” ambiente operacional.
Como parte desse realinhamento, mais empresas precisaram de mais espaço de armazenamento para acomodar o pico de vendas destes e-commerce. De acordo com o WSJ, a demanda por grandes armazéns aumentou 51% durante o primeiro semestre do ano, com a Amazon e outros provedores de e-commerce cada vez mais demandando por mais espaço para processar, embalar e enviar seus pedidos.
Essas companhias, que já operavam em um mercado de trabalho acirrado antes da COVID, também enfrentaram grandes desafios de RH em 2020, quando a demanda por mão de obra estava em alta. Em setembro, por exemplo, o número de funcionários trabalhando em armazéns atingiu o nível mais alto já registrado, com 1,25 milhão de trabalhadores no setor de estoques e armazenamento, de acordo com a Supply Chain Dive.
“Com mais pessoas trabalhando remotamente durante a pandemia, uma enorme escassez de mão de obra foi criada para os setores de armazenamento e logística”, disse Monica Franco, vice-presidente da DB Schenker, diretora de Gestão de Clientes e Desenvolvimento de Negócios para Logística Integrada para a América.
O distanciamento social, as preocupações com a saúde e outros impactos relacionados à pandemia tornaram a situação muito mais desafiadora para os empregadores que, de repente, se viram tentando controlar esses impactos enquanto mantinham suas operações funcionando. “De uma perspectiva geral de trabalho”, diz Franco, “houve uma mudança dramática e dinâmica na forma como os grupos de trabalho são administrados.”
Jogando o Jogo da Espera
Refletindo sobre os acontecimentos de 2020, Franco diz que o setor automotivo foi um dos primeiros a sofrer um golpe na cadeia de suprimentos, com muitos outros setores seguindo esse caminho durante a primeira metade do ano. “A fabricação praticamente parou na maioria dos países de alta produção, como Estados Unidos, Alemanha e China”, diz ela, “então não havia escolha a não ser se adaptar, ser ágil e redesenhar estratégias para se adaptar a essas mudanças e se manter sustentável.”
Esses impactos afetam diretamente o espaço de logística integrada, e que foram sentidos tanto na produção das peças quanto na reposição dos negócios. Embora as pessoas estivessem mais em casa e dirigissem menos, ainda eram realizados serviços e manutenção para reparo desses veículos. Da mesma forma, os serviços e produtos ainda precisam ser adquiridos, em setores que tem a necessidade de uma cadeia de abastecimento eficiente e sua infraestrutura.
Dois grandes jogadores: E-commerce e Farmacêutico
Da perspectiva de logística integrada, Franco diz que o grande aumento nas vendas de e-commerce forçou fornecedores como a DB Schenker a desenvolver operações extremamente escaláveis que podem se adaptar às mudanças na demanda.
O que pode ser um item importante em uma semana, por exemplo, pode ser substituído por outra opção na semana seguinte. “Como fornecedores de logística integrada, temos que ser capazes de nos adaptar e lidar com essas mudanças”, diz Franco. “Esses e outros fatores contribuíram para alguns pivôs definidos no espaço de logística integrada em 2020.”
No setor de saúde, a corrida para a obtenção de equipamentos de proteção individual (EPIs), materiais de limpeza e outros produtos essenciais se transformou em uma corrida sem trégua no segundo trimestre de 2020. E apesar de termos visto uma melhora na movimentação da rede perto do final do ano, o esforço para a distribuição das vacinas pode sobrecarregar ainda mais a cadeia de fornecimento de saúde em 2021.
“Aqui na DB Schenker, estamos observando essas tendências de perto e encontrando maneiras de facilitar essa cadeia de suprimentos”, diz Franco, “e estar na vanguarda em soluções de posicionamento que ajudarão os profissionais de saúde e pacientes.”
Quai são as perspectivas para 2021?
Fazendo uma análise sobre todos os armazéns disponíveis e a base de clientes de logística integrada da DB Schenker neste momento, Franco diz que a maioria percebeu que seus fornecedores da cadeia de suprimentos são mais valiosos quando são verdadeiros parceiros, em vez de simplesmente fornecedores transacionais. Essa realidade veio à tona durante a pandemia, com os transportadores enfrentando diversas situações nunca antes vistas, desde escassez de mão de obra, crises na saúde até interrupções nas cadeias de suprimentos.
Os últimos foram catalisadores particularmente fortes para a mudança na frente das transportadoras, especialmente quando itens básicos essenciais como papel higiênico e toalhas de papel tornaram-se escassos durante os estágios iniciais da pandemia.
“As cadeias de suprimentos impactam a todos, mas se você encontrar maneiras de formar parcerias e colaborar com seus parceiros de logística, você terá uma vantagem competitiva”, diz Franco, que espera ver mais abordagens para armazenamento de múltiplos clientes e uso compartilhado em um futuro próximo, à medida que as empresas trabalham para realinhar suas cadeias de suprimento à luz da pandemia e do esforço pendente de distribuição de vacinas. “Isso exigirá muita colaboração e comunicação, e fortes alianças com parceiros de logística confiáveis, nos quais você pode contar. A cadeia de abastecimento continuará sendo muito crítica hoje e no futuro.”